Autor: Luís Pinto (Personal Trainer)
É de conhecimento comum e aceitação unânime que a prática da atividade física traz diversos benefícios para a saúde e bem estar de um qualquer individuo. Mas será esta prática de atividade física é necessária nas crianças?
A resposta é sim!
Na atualidade, são diversos os cenários nos quais investimos o tempo das crianças, mas nem sempre o fazemos de forma proporcional às necessidades reais das mesmas.
Com a velocidade do avanço tecnológico, as crianças estão cada vez mais ligadas à “rede” e aos ecrãs e a prática da atividade física é reduzida ao mínimo. Para além disso, a realização de exercício físico é maioritariamente mediatizada pelo adulto, o que não o autoconhecimento e exploração, como o exemplo do desporto de competição e as aulas de educação física. Os programas destas aulas, para além de serem limitados, apresentam diversos entraves no que diz respeito à inclusão das crianças com NEE, ficando estes muitas vezes condicionados na realização das atividades e consequentemente, não usufruindo dos benefícios da atividade física para o seu desenvolvimento.
Como tal, considero de extrema importância, incluir no planeamento familiar momentos de atividade física livre, reduzindo o tempo de sedentarismo das crianças através de jogos e brincadeiras que potenciem todas as vantagens da sua prática, como por exemplo:
- A melhoria dos aspetos sociais: comunicação, resolução de conflitos (aprender mecanismos de troca e negociação), auto disciplina, entre outros;
- Aspetos emocionais como a libertação do stress e energias acumuladas, juntamente com o desenvolvimento do carácter e outros;
- Aspetos cognitivos como a criatividade, a resolução de problemas e vocabulário, entre outros.
- Aspetos motores e habilidades como coordenação, lateralidade, noção espaço temporal, motricidade fina, grossa, flexibilidade, força, resistência, entre outros.
Muitas das consideradas funções básicas necessárias para a aquisição da autonomia e aprendizagem cognitiva podem ser potências e até mesmo adquiridas dentro destes momentos, preferencialmente lúdicos, que através de algum esforço e flexibilidade, podem e devem ser ajustados à criança. No entanto, deixo algumas dicas de ouro para pôr em prática em casa ou no exterior.
Dicas de ouro:
- Escolha sempre um espaço que seja seguro e que o permita estar completamente focado no que está a fazer com o seu filho(a), sobrinho(a), entre outros;
- Deixe que seja a criança a decidir que atividade ou jogo quer brincar/jogar, lembre-se que o momento é para ela e que a atividade/jogo pode até ser aquele(a) que pensa ser o menos interessante;
- Explore diferentes cenários, às vezes uma simples corrida no parque ou um jogo no tapete da sala podem ser o suficiente para um momento divertido e de aprendizagem
- Em caso de alguma necessidade específica, aconselhe-se com um profissional da área. Eles tem imensas opções, muitas vez menos complexas do que aquelas que propõe;
Divirta-se e liberte a criança que há em si. Aproveite pois qualquer momento de brincadeira é uma oportunidade para voltar à sua infância onde a pressão e as regras eram levianas e onde o brincar era a parte mais importante do dia.
Luís Pinto
Personal Trainer